A história do Equador remonta as sociedades indígenas. Esse povo teve sua própria organização social, com crenças, rituais e cerimônias próprias e uma economia baseada principalmente na agricultura. Sua existência se prolongou até o século XVI quando chegaram os conquistadores espanhóis.
A Cordilheira Central dos Andes foi o lugar de fixação do Império Inca. Seu território tinha uma extensão de cerca de 4.000 km² que ia desde o sul da Colômbia até o norte do Chile, em um lugar chamado Tahuantinsuyo. Sendo assim os Incas integraram uma vasta população com dezenas de etnias com línguas, costumes e economia baseada na agricultura. Essa população se expandiu em todo o Andes, ocupou algumas regiões da costa e exerceu notável influencia em Quito.
Em 1532 começou o fim de Tahuantinsuyo com a prisão de Atahualpa. Duros enfrentamentos se produziram entre europeus e incas, os quais resistiram a ser conquistados. Francisco Pizarro e Diego de Almagro foram os principais protagonistas da época aplicando várias estratégias para submeter os índios aos seus domínios, uma delas a catequização.
A Real Audiência de Quito se estabeleceu em 1563, na condição de instancia administrativa dependente da Coroa Espanhola. Expandia-se pelo norte até Pasto, Popayan, Cali, Buenaventura e Buga, no atual território de Colômbia, e no sul até Piura no Peru. Seu primeiro presidente foi o espanhol Hernando de Santillán. Desde sua criação até o século XVIII, a Audiência de Quito foi parte do Vice-reinado do Peru. Logo passou ao mando do Vice-reinado de Nova Granada, com sede em Santa Fé, até que com o fim deste, voltou a depender do vice-reinado do Peru. Mais tarde, com o restabelecimento da Nova Granada, o rei Felipe V determinou que a Audiência voltasse a formar parte desse vice-reinado.
O Marques de Selva Alegre (1753) centralizou o Estado e estabeleceu o monopólio do álcool e do tabaco. Por causa disso aconteceu a conhecida Rebelião das Tabacarias, a que se juntou outras revoluções dos nativos. Depois vieram reorganizações administrativas que permitiram maiores ingressos fiscais. No final do século XVIII ocupou a presidência Luis Francisco Héctor, Baron de Carondelet, quem conseguiu para Quito a criação de uma Capitania Geral.
A decadência social acelerou na segunda metade do século XVIII. São vários os fatores aos quais os historiadores atribuem a queda do sistema colonial. Um deles é o fim da produção de prata em Potosí. A elaboração de têxteis reduziu drasticamente. As reformas introduzidas limitaram também o poder das elites privadas.
1810-1830 A INDEPENDÊNCIA
Enquanto, entre 1809 e 1812, houveram tentativas de conseguir liberar-se do domínio de Lima, Equador só pôde atingir a independência da Espanha depois da batalha de Pichincha em 1822, quando as tropas de Sucre, tenente de Bolívar, derrotaram aos exércitos espanhóis. Equador se uniu então à Grande Colômbia até que esta se dissolveu em 1830.
1830-1895 A ÉPOCA CONSERVADORA
Durante este período se sucederam uma série de governos com clara matiz conservadora. Em primeiro lugar, o caudilho venezuelano Juan José Flores impôs seu domínio entre 1830 e 1846. A seguir Gabriel García Moreno, um civil com fortes vínculos com a Igreja, transformou-se no homem forte de Equador entre 1860 e 1875. O assassinato de García Moreno em 1875 abriu passo a uma série de governos conservadores menos rígidos que liberaram o regime e impulsionaram as primeiras reformas de clara influência liberal.
1895-1925 A ÉPOCA LIBERAL
As forças liberais, encabeçadas por Eloy Alfaro, acabaram com o domínio conservador em 1895, dando início a um longo período liberal que introduziu uma ampla legislação anticlerical, impulsionou a construção de uma importante rede de transportes ferroviários e introduziu reformas econômicas e políticas de corte liberal. Alfaro primeiro (1895-1912) e Leonidas Plaza Gutiérrez depois (1912-1924) deram estabilidade ao regime e possibilitaram a sustentação dessas reformas, ainda que a época de Plaza supôs um giro moderado com respeito às posturas mais radicais de Alfaro.
1925-1940 A ÉPOCA DAS REFORMAS
O domínio oligárquico e das grandes famílias somado aos interesses bancários foi desgastando o regime e provocou que, em meados dos anos 20, triunfasse uma revolução militar que realizou numerosas reformas, sobretudo de caráter social. No entanto, a crise do 29 afetou profundamente ao regime que terminou sendo derrotado. AO longo dos anos 30 houve várias tentativas de retomar e ampliar essas reformas sociais dos anos 20, mas a instabilidade e a crise o impediram.
1944-1972 A ÉPOCA DO VELASQUISMO
Durante este período, a figura de José María Velasco Ibarra gravitou de maneira decisiva sobre o panorama político equatoriano. Este dirigente de forte personalidade e grande orador foi presidente em cinco ocasiões apoiado umas vezes em movimentos de esquerda e outras em partidos conservadores, mas sempre impulsionado uma política essencialmente populista.
1972-1979 OS REGIMES MILITARES
Como reação ao último governo de Velasco Ibarra, instaurou-se uma Junta Militar em 1972 que impulsionou uma política de corte intervencionista e socializante, influída pelo regime de Velasco Alvarado em Peru. No entanto, o fracasso econômico e a inviabilidade do próprio regime conduziram à transição para a democracia.
1979-2005 A DEMOCRACIA
Desde 1979 se sucederam governos surgidos de processos eleitorais democráticos. Este período pode dividir-se em duas fases claramente diferenças. Até 1996, o processo democrático marchou com normalidade, os principais partidos do país se alternaram na presidência da República e cada administração pôde acabar seus respectivos períodos presidenciais.
Mas com a eleição de Abdalá Bucaram em 1996 o país entrou numa espiral de instabilidade e crise política: Bucaram foi destituído pelo Congresso em 1997, seu sucessor Jamil Mahuad teve que abandonar a presidência depois de um golpe cívico-militar em 2000 e o último presidente, Lucio Gutiérrez, deixou o poder em 2005 diante da falta de apoio das Forças Armadas e no meio de fortes protestos, o que conduziu a que seu vice-presidente, Alfredo Palacio, assumisse a presidência.
Nestes anos, além da instabilidade política, destacam o confronto militar com Peru na Guerra de Cenepa, no ano 1995, e o decreto de dolarização que vinculou a moeda nacional ao dólar em 2000, conseguindo conter assim a espiral inflacionária na que se encontrava o país.